“Por um mundo digital inclusivo: inovação e tecnologia para a igualdade de gênero” é o tema da ONU Mulheres para o Dia Internacional da Mulher de 2023. A problemática em torno da igualdade de gênero para o empoderamento de mulheres e meninas ganha força à medida em que um estudo feito em 51 países revelou que 38% delas já passaram pelo problema da violência online. Aliado a isso, um outro relatório da organização mostrou que a ausência de mulheres no ambiente tecnológico eliminou 1 trilhão de dólares do produto interno bruto de países de baixa e média renda nos últimos 10 anos, com uma estimativa de chegar a 1,5 trilhão até 2025, caso não haja nenhuma mudança neste sentido.
Para a ONU Mulheres, o futuro sustentável passa pelo desenvolvimento da educação digital e inclusiva e da tecnologia transformadora. O grande desafio se faz, portanto, no sentido de incluir mais mulheres no ambiente tecnológico para minimizar o cenário da desigualdade de gênero, gerando impactos econômicos e sociais e garantindo a proteção dos seus direitos nos espaços digitais.
Como membro da Comissão dos Direitos da Mulher na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), essa perspectiva estará presente nas análises das proposições parlamentares e nos debates que o colegiado promover.
Não é de hoje que as mulheres enfrentam sérios problemas e grandes desafios. A luta pela equidade, que começou há mais de um século, é um deles e está longe de acabar. A questão grave da violência doméstica e familiar também se apresenta como poderio último de controle da mulher pelo homem. Esta luta é árdua, estampa as manchetes de sites e jornais diariamente, para nosso lamento e tristeza. Saber que o Brasil tem a quinta maior taxa de homicídios femininos no mundo é de fazer com que nós, pessoas públicas, em especial nós, mulheres públicas, não nos cansemos de trabalhar e lutar por políticas e programas que tragam a erradicação desse grande mal que atinge e fere não só as mulheres, mas toda a sociedade.
Quando secretária de Assistência Social do município de Alagoinhas, convivi com muitas mulheres em situações vulneráveis e de violência. Na oportunidade, realizamos diversas campanhas e importantes ações de combate à violência feminina e a ampliação da rede de proteção para elas.
Em cada capítulo da história, novas problemáticas se apresentam. Aos poucos, evoluímos. Em 1827, as meninas foram liberadas para ir à escola; em 1879, elas puderam ir para o ensino superior; em 1932, o direito ao voto; em 1977, a Lei do Divórcio; e em 2006, a sanção da Lei Maria da Penha. Os anos passam e algo deve permanecer entre nós, a sororidade. Aqui, ninguém solta a mão de ninguém. Com respeito e união somos mais fortes. Porque lugar de mulher é fazendo história.
Artigo publicado no Jornal A Tarde, em 8 de março de 2023.